terça-feira, 7 de outubro de 2008

Linguagem do corpo - 01.10.2008- Globo.com - Fantástico

Você pode nunca ter percebido, mas as pessoas se comunicam muito mais por gestos do que pela palavra falada. Noventa e três por cento da comunicação entre nós, seres humanos, são feitos por expressões faciais, por movimentos do corpo.
Atenção com os braços na hora de uma entrevista em busca de emprego. Cruzá-los é um gesto típico de quem se sente inseguro, ou está fechado às idéias do outro. A melhor atitude é descansar as mãos sobre as pernas ou segurar uma caneta.
"Nós chamamos isso de âncora. Pode até ancorar uma mão sobre a outra, que me dá uma tranqüilidade. Eu fico em uma posição só", explica a consultora de recursos humanos Isa Oliveira e Silva.
A especialista em recursos humanos traduz as formas como a gente se comunica.
"Nós nos expressamos de três formas: 7% são palavras, mas têm o poder, porque elas vêm através da emoção. Cinqüenta e cinco por cento é o não-verbal, gestos, olhares... E 38% é o tom da nossa voz, onde nós passamos, principalmente, os nossos sentimentos”, esclarece.
Um especialista identifica uma pessoa tensa, que se sente deslocada e insegura da seguinte forma: a mulher se abraça, apertando o cotovelo com a mão; e o homem fica na posição batizada como "zíper enguiçado".
"Eu coloco a mão no bolso. Começo passar a mão na cabeça, no cavanhaque, como os jogadores fazem, quando estão fazendo pergunta. Faz pergunta a ele, ele começa a pinçar a orelha", revela o militar reformado Genílson Lima.
Mas atenção: coceira demais pode ter outro significado:
"Esses gestos podem aparecer também na mentira. Porque quando a pessoa está mentindo fica nervosa, desconfortável", diz a especialista em comportamento não-verbal Mônica Portela.
Existem várias formas de sorrir. O da Monalisa talvez seja o mais enigmático...

Disponível em http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1103233-4005,00.html

Análise Crítica
Os recortes do livro e da reportagem apontam numa mesma direção: o corpo fala e as mensagens sub-reptícias podem se refletir na hora da entrevista na busca de um emprego, na apresentação de um projeto, na resolução de conflitos, ou seja, em praticamente todos os eventos que cercam as pessoas.
Recentemente, nas Olímpiadas, alguns atletas foram para a China, com uma expectativa pela medalha de ouro, tinham a técnica, dominavam o esporte. A mídia e o país, em geral, davam como certo que o hino nacional seria ouvido, no pódio mais alto. Mas, numa observação mais atenta, daqueles atos que precedem um "grad finale", poderia se observar algumas variantes que estavam em desarmonia com todo esse ufanismo:
- sobrancelhas franzidas, corpo tenso, olhar apreensivo - denotando insegurança quanto ao sucesso;
- opção por manobra menos arriscada, visando não errar (o que pressupõe a falta de confiança) e várias outras mensagens não verbais.
E alguns tombos ocorreram, algumas varas sumiram, alguns gols não aconteceram.
No dia-a-dia, é possível observar, nas reuniões de trabalho, algumas reações corporais que sinalizam, apesar da concordância verbal, resistência em vários membros da equipe, diante dos processos decisórios. É interessante ter a percepção dessas atitudes, a fim de conseguir a harmonia na consecução das atividades.
Cada vez mais toma-se consciência da importância das habilidades nesse segmento.

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